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24 maio, 2012

Mensagens açucaradas

Não bebo café, por causa do nervoso miudinho…
De vez em quando, e só mesmo de vez em quando, bebo descafeinado. E sempre sem açúcar.
Nos restaurantes e pastelarias, embora eu diga «sem açúcar», ao lado da chávena vêm aconchegadinhos dois pacotinhos.
Mas nunca me tentam. Afasto-os. Ignoro-os.
Isto até há uns dias atrás, quando no restaurante “Quinta do Farta Pão” me serviram um descafeinado com dois  pacotinhos de açúcar da Nicola, com mensagens açucaradas.
Fiquei encantada com a gracinha.
“Vasculhei” todos os pacotes da mesa e sorri fascinada e deliciada.
Eis algumas das mensagens:
. Uma noite digo-te tudo o que gostaria de ouvir. Hoje é a noite. (Sandra Malato)
. Uma noite vou distribuir sorrisos por quem já não ri. Hoje é a noite. (Paula Veiga)
. Uma noite vou abraçar-te e dizer-te adeus como quem pede para ficar. Hoje é a noite.   (Laura Alves)
. Uma noite vai valer a pena ficar. Hoje é a noite. (Ana Rita)
. Uma noite vou percorrer todos os oceanos contigo. Hoje é a noite. (António Navarro)
Vou continuar a procurar mensagens açucaradas, mesmo não adoçando o descafeinado...

(Foto tirada da net)

10 março, 2012

São bons "Os petiscos da Gracinda"!

Esta semana eu e o maridão estivemos um dia em Leiria.
Ao final da tarde saímos em busca de um restaurante para jantar. Calcorreámos ruas e mais ruas mas apenas víamos pastelarias e cafetarias.
A dada altura deparámo-nos com uma tasca. Curiosos parámos, espreitámos, mas… seguimos em frente.
Pedimos, então, ajuda a um transeunte: Por favor, não nos indica um sítio onde se coma bem? Ele não hesitou. Ali.
Ali… era a tal tasca que nós “armados em finos” desdenhámos.
Olhámos um para o outro, sorrimos e entrámos na tasquinha pequenina, de nome "Os Petiscos da Gracinda”.
Uau, disse eu, espantada com a quantidade de petiscos expostos no balcão. Ali deveriam estar todos os petiscos da nossa cozinha.
Sentámo-nos ao lado de um majestoso painel de azulejos, decididos a experimentar não tudo, mas quase tudo: carapaus, petinga, raia, pescada, solha, pataniscas de bacalhau, salada de polvo, pipis, etc., etc., etc.
Para acompanhamento havia apenas pão, mas que pão...
Para beber havia tudo, mas o vinho, um tinto da casa tirado duma pipa à nossa frente, era reconfortante.
Para terminar o repasto e acamar todos aqueles fritos, que fazem mal mas sabem bem, havia sopa de feijão-verde ou feijão seco.
Estava tudo óptimo.
E os preços? Envergonharam-me, de tão pequeninos.
E a simpatia do proprietário (a sua senhora tinha saído um pouco antes de nós entrarmos)? Comoveu-me, por ser genuína.
Gostei muito, muito.
Parabéns aos proprietários. Continuem assim. Não modifiquem nada, mesma nada.
Vivam “Os Petiscos da Gracinda”!

12 fevereiro, 2012

Eu, que até gostava de Whitney Houston...


...estou triste, muito triste.
Por favor, expliquem-me como é que alguém que tém TUDO, mesmo TUDO, envereda pela auto-destruição física e psicológica? Como?
Perdemos uma ENORME voz. Um vozeirão.
Estou triste!
Whintney Houston (1963-2012)

"A vida é uma dádiva e a nossa tarefa é aprender a recebê-la", Louise L. Hay

06 dezembro, 2011

Mãe Amélia A.

Este ano, se fosse viva, a minha outra mãe – Amélia A. – faria 100 anos.
Partiu em 2001. Lamentavelmente conheci-a na etapa final da vida, mas ainda foram 14 anos de muito convívio, muito carinho, muito mimo. De ela para mim e de mim para ela. Sem limites.
O que sei do seu passado foi contado pela família. Aliás, esta família gosta de festejar o passado. Sem ressentimentos.
Soube que muito jovem deixou a família numa aldeia interior e viajou para um país distante – Moçambique – onde a esperava o homem íntegro que a amou de verdade
Soube que a cozinha não tinha segredos para ela, quando preparava gostosos petiscos para a família, amigos ou apenas conhecidos. Ainda hoje, a lembrança do seu queijo e dos seus enchidos faz “babar” muita gente.
Soube que tinha mãos de fada para a costura e bordados. Deixou toalhas de mesa maravilhosas.
Soube que ajudava todos os que a procuravam e era a amiga fiel que todas as mulheres desejam ter por confidente.
Soube que quando regressou a Portugal com o companheiro de sempre, foi com coragem que deixou para trás o mais importante período da sua vida: casamento, nascimento dos filhos, chegada dos netos.
Eu conheci-a num dia de 1987.
Inibida, esperei uma reacção fria e distante. Mas ela, olhou-me com os olhos mais meigos que alguma vez vi e deu-me o abraço mais doce que alguma vez senti.
Fiquei tão feliz, tão feliz, que naquele preciso momento decidi que ela seria a minha terceira mãe. Não me arrependi. Nunca.
Os últimos anos não foram fáceis. A doença e a morte do marido, a separação da família quando foi levada para um lar, e problemas de saúde, entristeceram o seu olhar e o seu sorriso, para sempre.
Como eu era a familiar com maior disponibilidade de tempo, decidi que a visitaria no lar diariamente. Ela esperava, ansiosa, que eu levasse e lhe desse o lanche da tarde. E esperava, também, pelo mimo que eu agora lhe dava em dobro a ela. Sozinhas, falávamos muito e riamos ainda mais. A alegria pairava naquele quarto impessoal até ao minuto triste da despedida.
Com a saúde cada vez mais debilitada foi internada num hospital.
Visitei-a sempre.
Naquele último dia encontrei-a ligada a inúmeras máquinas, de olhos fechados, com uma respiração estranha. Assustada e triste, decidi ficar junto dela até ao fim da visita. Falei, falei, mas ela não emitiu qualquer som. Segurei, então, as suas mãos magras nas minhas e falámos através do coração. Jamais senti que seria a nossa última conversa, mas foi.
Morreu sozinha, dez minutos depois de eu a ter olhado, acariciado, beijado e abandonado naquele hospital. E prometido que voltaria no dia seguinte.
Eu fiz tudo para que ela se sentisse acompanhada e acarinhada.
Ela quis que eu fosse a última pessoa a vê-la com vida.
Eu nunca a esquecerei.
Obrigada mãe Amélia, e um beijo de enorme saudade.

Deus deu-me uma mãe maravilhosa mas um pouco fria e distante. Compensou-me com duas sogras fantásticas que me deram mimo e carinho de forma incomensurável.
São duas estrelinhas que brilham no céu.

27 novembro, 2011

Marisa no "Alta definição"

Todos os sábados vejo, com muito agrado, o “Alta definição”, um programa de entrevistas extraordinárias, conduzido por um espectacular entrevistador, de nome Daniel Oliveira.
Maria – a fadista – foi ontem a entrevistada, naquele que classifico como um dos melhores programas.
Confesso-me uma não fã da fadista, embora reconheça o importante papel que tem tido na divulgação do fado – logo da identidade portuguesa - além fronteiras.
Confesso, também, que me arrepio sempre que a oiço cantar “Ò gente da minha terra…” na televisão. A rapariga, mulher e agora mãe tem um vozeirão e uma figura imponente no palco. Imagino o que será vê-la ao vivo...
Mas, voltando à entrevista de ontem, Marisa esteve soberba.
Falou da carreira, do amor pela família, do período menos colorido aquando do nascimento do filho e da felicidade total que vive no momento. Falou de uma maneira tão natural, sincera, intimista e “transparente”que me agarrou ao ecrã do primeiro ao último minuto da conversa (prefiro chamar-lhe assim) com o Daniel.
Obrigada Marisa pela lição de amor, serenidade e esperança que deixou no ar.
Que a sua carreira continue plena de sucessos e que o filhote cresça saudável.

(Quem não viu o programa na SIC pode vê-lo na SIC Mulher. É excelente!)

12 novembro, 2011

Os retornados de África

Comprei ontem este novo livro de Dulce Maria Cardoso.
Pelo que já li e ouvi sobre o livro, trata-se do relato do retorno a Portugal, em 1975, de portugueses que viviam em Angola, de entre os quais a própria autora, ainda criança.
Estou curiossissima, porque também eu abandonei Moçambique, em Março de 1975, com destino a Lisboa.
Vim com o meu marido e um filho de 4 meses, ainda no aconchego da minha barriga.
No aeroporto de Lisboa esperavam-me quatro rostos que conhecia de fotografias: os meus sogros e os meus cunhados.
Nesta cidade cinzenta e fria não tinha um amigo, um conhecido.
Os meses passavam e as lágrimas não paravam de cair, até que em Agosto nasce o meu filhote.
Sozinha com ele, aprendi a ser mãe, reaprendi a ter esperança e deixei de chorar.
Dois anos depois os meus pais e a minha irmã também regressaram. Finalmente a família estava reunida. Havia que guardar memórias num cantinho especial do coração e seguir em frente.
Foi o que fiz!

06 novembro, 2011

Os meus livros de autógrafos

Um dia destes, ao mexer na caixa de memórias que guardo na arrecadação, encontrei dois livros de autógrafos dos meus 11 - 12 e 13 anos. Sim, eu sou do tempo em que os adolescentes coleccionavam autógrafos: de colegas, de professores, de familiares, de amigos e de ídolos.
Uau!
Fiquei contentissima!
Desfolhei folha por folha, com todo o cuidado.
Li e reli, todas as frases e versos.
Mirei e admirei, os desenhos simples e os mais elaborados.
Tentei associar os nomes a rostos, mas não consegui.
Descobri alguns conselhos de professoras da Escola Técnica Elementar Governador Joaquim de Araújo, que frequentei em Lourenço Marques (actual Maputo).
E não é que descobri que tenho um autógrafo do rei Eusébio?
Eu, que ainda usava fraldas e o meu pai já queria que eu fosse sportinguista... e eu fui!
E tenho, também, um autógrafo do Conjunto Académico João Paulo, cujas baladas lamechas me deixavam de "coração à banda".
Eu, que na altura "namoriscava" com um baterista (...), não falhava um espectáculo musical, nem tarde dançante. Não dançava (que o respeitinho era muito bonito) mas ficava horas a fio a olhar embevecida para os gestos tresloucados dele, a martelar nos bombos, ferrinhos e pandeiros. 
Os meus pais estranhavam o meu comportamento... mas não adivinhavam que o meu coração galopava ao compasso daquela bateria.
Bons tempos!

20 outubro, 2011

Que mundo é este?

Esta manhã foi noticiado o nascimento da filha de Carla Bruni e de Nicola Sarkozy, presidente da França.
Imagino a alegria da mãe, o carinho de toda a família, as inúmeras prendas e felicitações que vão chegar de todo o mundo.
Os festejos serão grandiosos e luxuosos, ou não fosse a menina filha de quem é.

Esta manhã foi noticiada a descoberta do cadáver de um recém-nascido numa praia da Costa da Caparica. O corpo foi encontrado por banhistas, dentro de um saco de plástico.
Imagino a preocupação, o sofrimento, as lágrimas, o medo, o desespero daquela mãe.
Uma mãe não pode matar de ânimo leve o filho que carregou dentro de si.
Então, o que leva uma mãe a matar um recém-nascido?
Este mundo cão!

Foto tirada da net.

19 outubro, 2011

Olho-te... mas não te vejo!


Queria guardar o teu olhar no meu, mas tu escondes-te por trás de uma máscara inacessível, de um silêncio gélido, de um sorriso severo, de um olhar vazio.
Lamento!

Foto tirada da net.

11 outubro, 2011

Malvada da balança!

Hoje zanguei-me com a minha balança.
Eu, que acordo a pensar nela quando na véspera abuso do açúcar, da gordura e… mais não digo.
Eu, que todos os dias depois do banho a acaricio com os pés super lavadinhos.
Eu, que olho para ela sem ódio mesmo quando o número que mostra me parece exagerado.
Eu, que chego a fugir de apetitosas tentações para evitar que ela se esborrache debaixo de mim.
Hoje, fui maltratada.Verdade, verdadinha.
Eu conto tudo.
Ontem portei-me lindamente – comi cereais integrais e kiwis ao pequeno-almoço; andei no paredão uma hora; ao almoço comi uma omeleta de claras com salada; ao jantar… não me lembro o que comi, mas bebi um copo (um copo não, um copinho) de vinho tinto (só um mesmo, mas não dizem que faz bem?); bebi um litro de água (talvez um pouco mais); fiz uma dúzia de abdominais (mal feitos mas o que importa é mexer) – e a malvada da balança não é que hoje marcou… mais… 500 gramas?
O que terá acontecido à balança? Passou-se de vez?
Ou será que a culpa foi do que comi ao jantar… e que continuo a não lembrar?
Já decidi. Vou passar a olhar para ela de relance, vou passar a pisar em vez de acariciar (e só de quinze em quinze dias, ou talvez uma vez por mês, ainda não decidi), vou abandoná-la na escuridão duma casa de banho interior.
Deitei-me convencida que no dia seguinte ela me daria uma alegria.
Cheguei a pensar que marcaria… menos… 500 gramas.
E vai daí…
Malvada da balança!
Hoje… acho que já abusei… mas como amanhã não me vou pesar…

10 outubro, 2011

Rir... rir... rir...

Para viver melhor há que:
. comer metade
. andar o dobro
. rir o triplo

Será?
Não me lembro onde li isto... mas guardei... e partilhei.

Desenho tirado da net.

21 setembro, 2011

Basta!

Todos os dias temos conhecimento de novos casos de violência doméstica.
O último foi o de um homem que ateou fogo à ex-mulher, em Matosinhos.
Separados há cerca de dois anos, com um filho em comum, o clima de desentendimentos continuou e culminou neste hediondo crime.
Chocante!
Homens e mulheres do meu país, modifiquem comportamentos e canalizem a vossa agressividade para sentimentos construtivos.
Todos nós, no decurso da vida, enfrentamos momentos de frustração, sofrimento, desilusão, rotura, intolerância e revolta.
Em vez de reagirmos agressivamente, temos é de procurar novos códigos de comportamento e encontrar o equilíbrio, mesmo que tal exija a reestruturação da nossa vida.
Basta!

(Foto tirada da net)

16 setembro, 2011

Guten Morgen!

Na semana passada, andava eu às voltas  com as compras semanais num super de Cascais, quando dou de frente com uma das minhas professoras de alemão.
Nem mais!
Olhámos uma para a outra, caladas, até que ela disse:
- Estou a conhecer-te, mas não sei de onde.
Respondi:
- Eu conheço-te e sei de onde. Foste minha professora de Alemão, no Liceu Pedro Nunes.
A partir daí foi uma “festa”.
Uma festa, porque na altura – e já passaram muitos anos – fomos grandes compinchas, ou não tivéssemos vindo ambas de Moçambique e estivéssemos a passar pela fase complicada de adaptação a Lisboa.
Fui muito boa aluna a Alemão e não teve nada a ver com a minha amizade com a professora do 7º ano. Já tinha sido boa aluna no 6º ano, com outra professora.
Verdade!
Eu, ainda hoje não percebo como aconteceu, mas gostei de aprender aquela língua esquisita.
Não faltava às aulas, estudava, estudava, estudava e consegui uma média de 17 valores em ambos os anos.
Na turma ninguém era melhor do que eu.
Verdade!
As professoras avisavam que o Alemão se esquecia rapidamente, se não fosse estudado todos os dias.
Estupidamente, na altura não liguei ao aviso e vai daí, o meu Alemão sumiu, desapareceu, eclipsou, varreu…
Não sei nada de Alemão.
Bem, ainda sei contar até dez: eins, zwei, drei, vier, fünf, sechs, sieben, acht, neun, zehn.
Auf Wiedersehen, senhora professora!

01 setembro, 2011

Era bom... mas acabou-se!

Volto às lides bloguistas, depois de um longo mês de ausência.
Foi um mês em que vivi emoções muito gradáveis, emoções menos agradáveis mas, acima de tudo, um mês em que estive junto de quem me quer bem, junto dos que eu amo sem limites.
Uma vez mais dei um saltinho a Trás-os-Montes.
Dali trouxe o estômago empanturrado de coisas boas, o coração carregado de amor e a alma alentada de esperança.
Voltarei sempre.
A Trás-os-Montes e a este cantinho, onde registo as minhas dores – do corpo e da alma.

01 agosto, 2011

Vou de férias...


Vou de férias... das "lides bloguistas".
Voltarei aqui no dia 14, para festejar os 5 meses da minha netinha.
Depois... até Setembro.
(foto tirada da net)

21 junho, 2011

Chegou o Verão...

Sim, chegou o Verão…
O Verão da crise… que até nas praias com bandeira azul se faz sentir.
Eram 11.30 horas e os toldos, impecavelmente montados, aguardavam a chegada dos banhistas.
Estes, passavam e não paravam, optando pelo areal sem sombra e sem cadeira.
Recordo as enchentes do ano passado, com a maioria dos toldos ocupados ou reservados para clientes habituais.
Lamentavelmente, o que se verifica nesta praia é comum a todas as outras do paredão de Cascais.
Bom, para quem gosta de praia (que é o meu caso) o conforto do toldo ou do chapéu-de-sol é secundário.
A minha estratégia é definir horários para ir à praia, reduzir o período de exposição solar, tomar vários banhos de mar, usar chapéu ou boné e gozar, gozar, gozar este maravilhoso sol português… por enquanto grátis…
Tempos difíceis estes…

17 junho, 2011

Pedalando no paredão de Cascais

Apesar da sinalética no pavimento do paredão e dos avisos afixados com regras e horários de circulação, há ciclistas que continuam a circular, por vezes velozmente, nas zonas onde devem levar o velocípede pela mão.
Já assisti a cenas desagradáveis, quando chamados à atenção por pais com crianças ou por idosos com dificuldades de locomoção para rapidamente se desviarem.
Aplaudo a iniciativa das autoridades ao impor normas para a circulação das bicicletas no paredão.
Não sou contra a circulação de bicicletas, desde que essas normas sejam seguidas.
Apelo, porém, ao bom censo dos ciclistas para que todos possamos continuar a percorrer, sem acidentes, o paredão e desfrutar de toda a beleza envolvente.


11 maio, 2011

Estou triste...

O despertador tocou às 05.00 horas, mas já estávamos acordadas desde as 4.30 horas.
Tomámos um pequeno-almoço rápido e silencioso e partimos para o aeroporto.
O sol ainda não raiara no horizonte. O mar azul, das praias da linha, ainda estava cinzento.
Havia pouco trânsito nas ruas. O trajecto fez-se sem quaisquer contratempos.
Estacionei num dos parques da zona das partidas, depois de descobrir a entrada, mal sinalizada.
Procurámos o balcão para o check-in – 37 a 41.
Foi tudo muito rápido.
Tivemos tempo para tentar uma última conversa, à mesa de um café. Não resultou.
Não comemos, não bebemos e pouco falámos. Só nos olhámos.
Até que chegou a hora da despedida.
Ela dirigiu-se para a fila das entradas.
Eu fiquei ao lado dela.
Chegou a vez de ela entrar. Despedimo-nos.
Eu fiquei a vê-la afastar-se.
Eu fiquei à espera de um último aceno.
Eu fiquei à espera de um último olhar.
Ela não acenou, porque não olhou para trás.

Foi assim que iniciei o meu dia.
Levei a minha filha ao aeroporto para que ela partisse deste país adiado, deste país malfadado, deste país que maltrata os jovens com formação académica superior.
Hoje, ela passou a fazer parte da longa lista de jovens licenciados que, por falta de oportunidades profissionais no seu país, são obrigados a partir.
Licenciada em Serviço Social, com um estágio de um ano, não remunerado, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na área dos "deficientes profundos", nunca conseguiu encontrar colocação compatível com as suas habilitações.
Anos e anos de trabalhos precários em diversas áreas, sonhos adiados, expectativas defraudadas, desilusão e desmotivação, levaram-na a procurar alternativa no estrangeiro.
Encontrou. Hoje partiu.
Não foi para muito longe – 3,5 horas de avião.
Vou sentir muita falta dos seus silêncios, dos seus amuos, das suas birras, das suas ausências, dos seus protestos, das suas intransigências, da sua meiguice envergonhada.

Filhota, desejo-te os maiores sucessos. Nunca desanimes. Pensa que todos os obstáculos são ultrapassáveis. Vê a vida de forma positiva.
Lembra-te que aqui, neste país que não soube aproveitar o teu amor desmesurado pelos necessitados, estão todos aqueles que gostam de ti.
Estou triste…

20 abril, 2011

Flores de aço



Há flores que mesmo sendo espezinhadas continuam a brindar-nos com a sua beleza perfeita, serena e silenciosa, não deixando nunca de nos acompanhar nas horas de solidão.

11 abril, 2011

Banho de mar...

Hoje tomei o primeiro banho de mar, deste ano.
Estamos na primavera, os dias são longos e solarengos e as temperaturas elevadas convidam a uma ida à praia.
Eu, como sou doidinha por um banho de mar – quente ou frio tanto faz – achei que chegara a hora de vestir o fato de banho e encontrar coragem para me atirar à água limpa, mas geladíssima, de uma das lindas praias de Cascais.
Mas não foi fácil…
Tentei uma vez… desisti.
Tentei pela segunda vez... desisti de novo.
À terceira… molhei….e gostei… MUITO.
O ventinho estragou um pouco a festa mas, mesmo assim, adorei!